A Palestra
Na última segunda-feira, dia 22/04, assistimos
a uma palestra do Rafael, o cara da Coca. Ele, que era bem descontraído, bem
articulado e bem-humorado, se apresentou como gerente de marketing de nada mais
nada menos do que a Coca-Cola. Quando achamos que a palestra estava indo por um
caminho ele a levou por um completamente diferente: nos fez enxergar o lado bom
dessa empresa. Ele começou falando que não sabia
explicar direito o que ele fazia, o que foi um pouco angustiante para estudante
marqueteiros ouvirem, mas depois de contar uma história, digamos, fofa, sobre
sua avó, resumiu sua profissão em: estabelecer a visão da empresa, desenvolver
estratégias e traçar um planejamento inteligente para a conquista de um
objetivo final:
vender mais Coca-Colas. Na verdade, esse objetivo não foi explicitado pelo Rafael de maneira tão direta, mas admitiu que toda empresa, querendo ou não, tem um objetivo em comum: gerar lucro.
O cara seguiu dando uma pequena aula sobre a
evolução do marketing, essa parte, acreditamos, foi a mais fácil de
compreender, pois depois de ter tido marketing 1, 2, 3, MIL, já sabemos tudo
isso de cor. Mas a razão por ter passado
pela explicação do marketing 1.0, 2.0 e 3.0 foi para dizer em qual processo a empresa
se encontrava. Sim, a Coca atingiu o
suprassumo da evolução do marketing, e se encontra no 3.0, em que ela faz mais
do que fala, resumindo a ópera. A partir daí, Rafael começou um discurso um
pouco amedrontador, dizendo que as propagandas como nós conhecemos estão
fadadas ao fim, e que o marketing do futuro é um marketing com um
propósito. Depois de explicar melhor o
que ele quis dizer com isso e nos deixar um pouco mais aliviados, nos deixou
também um pouco mais esperançosos. Segundo Rafael, as empresas estão ocupando
lugares das instituições de uma sociedade. Estas como: igreja, família, governo
já não possuem tanta credibilidade assim e é obrigação das corporações
assumirem esse papel. Radical? Talvez um pouco. Partiu daí exemplificando
alguns cases para dar maior embasamento para tudo isso que ele havia falado até
agora. Começou pelo case de Del Valle, dizendo que a empresa tinha a maior
vontade do mundo de entregar para os consumidores a mesma experiência que eles
tinham quando tomavam o suco de laranja de suas avós, e então criaram o suco de
laranja Del Valle, com gominhos e com carinho. Cá entre nós, não chega nem
perto do suco NATURAL de laranja da minha avó, mas características desde a
embalagem até o fato do suco ter gominhos fazem com que o suco seja um produto
de sucesso.
Rafael então prosseguiu explicando a principal
razão da existência do conceito de marketing social business, algo que eles
fazem lá na Coca. O programa é uma tentativa de desenvolver comunidades de
baixa renda e ao mesmo tempo levar a Coca até elas. Um programa muito
inteligente, em que ambas as partes têm um ganho.
Começou então a parte mais intrigante da
palestra, a história da comunicação da Coca em diferentes momentos históricos
do mundo. Ele nos fez ver a Coca como uma empresa revolucionária e acima de
qualquer preconceito estabelecido pela sociedade. A Coca estava do lado da
mulher nos anos 20, e contra o preconceito racial nos anos 60. Ela lutava
contra a guerra em 70 e favor da família em 80. E então ele encerrou com um
discurso emocionante e inspirador, como um marqueteiro que se preze sabe fazer
muito bem.
Nossa
Visão Crítica
É lógico que uma palestra como essa nos
emociona em alguns momentos, nos inspira em outros e até nos deixa um pouco
revoltados por alguns instantes. Nós, como estudantes de Comunicação Social,
ainda mais na ESPM, estamos sempre olhando um pouco a mais daquilo que é dito.
Tudo que Rafael nos contou foi muito interessante e até emocionante, mas nós
sabemos que tudo aquilo não é exatamente como parece. Claro que é muito bacana
pensar que uma marca do tamanho da Coca Cola tem preocupações sociais, em um
mundo que necessita disso; mas, ao mesmo tempo, sabemos que toda essa
preocupação visa um objetivo: LUCRO. Claro, não que esse objetivo deva ser
desmerecido ou criticado, até porque todas as empresas que estão no mercado
visam a mesma coisa, mas obviamente esse discurso “politicamente correto” não
nos é absorvido da maneira como deve ou pretende ser. Em alguns instantes, refletimos: “Até parece
que a Coca-Cola se preocupa de verdade com a questão social. É tudo marketing
para ganhar mais dinheiro”; e de fato é isso mesmo, nós achamos. Mas como tudo
tem dois lados, pensamos que uma empresa que pensa no lado social, mesmo que
seja visando o lucro, ganha pontos em comparação àquelas que querem o lucro,
sem pensar no próximo e nas necessidades que estão por aí.
Visão
Social
Assim como a Coca-Cola, outras empresas embasam
ativos de atitudes de marca para construir uma estratégia de marketing. Estas
atitudes de marca têm o objetivo de fazer um mundo cada vez melhor, atrelando
esta percepção ao nome e imagem da marca, criando as famosas “Love brands” (que
a Coca-Cola já se tornou). O banco Itaú é uma marca que também tem esta
estratégia de construir um mundo melhor através de ações. Atitudes como:
- disponibilização
de livros infantis pela Fundação Itaú Social, que estimulam pais a lerem para
seus filhos;
- Lançamento
do projeto Bike do Itaú, espalhando estações de bicicletas por São Paulo e Rio
de Janeiro, incentivando uma mobilidade urbana mais sustentável;
- 400
mil alunos do ensino médio da rede pública afetados com o programa Jovem de
Futuro do Instituto Unibanco,
projeto de gestão escolar que auxilia escolas públicas a melhorarem suas
estruturas e desempenho.
São ações como estas que caracterizam o que o
Rafael nos disse. As empresas estão assumindo funções que originalmente seriam
de instituições da sociedade, nestes casos o papel do governo, que carece de
estrutura e credibilidade para desenvolver estes projetos que melhoram a vida
das pessoas. As empresas assumem tais papeis o que, no final, acaba ajudando
tanto a imagem da marca quanto as pessoas que são diretamente ou indiretamente
afetadas pelos projetos. Empresas mais consolidadas, com estrutura para
desenvolver ações como estas, se já não o fazem, precisam vestir essa camisa.
Grupo:
Julia Ades
Mariana Castello Branco
Nicole Assad
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Julia Ades
Mariana Castello Branco
Nicole Assad
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