É
notória que a relação e a realidade das crianças está sendo transformada cada
vez mais rapidamente por fatores tecnológicos. Nessa mesma corrida, a
publicidade tenta interagir cada vez mais e de diversas formas com os consumidores
do futuro. Essas interações podem gerar resultados positivos e negativos, mas
esse é um assunto polêmico que vai além da ética das empresas, pois envolve
também a educação que os pais oferecem e diversos outros fatores.
Surge
nesse cenário infantil, um mercado delicado, promissor e volumoso em termos de
produtos e serviços e concomitantemente à essa realidade, as pesquisas
mercadológicas ganham um espaço cada vez maior. O QualiBest é um instituto de
pesquisa de mercado que além de realizar as técnicas de pesquisas tradicionais,
se especializou em utilizar a Internet como meio de comunicação e coleta de
informações, o que ao nosso ver é seu grande diferencial pois atualmente desde
crianças até idosos estão se familiarizando cada vez mais com o uso da internet
em seus cotidianos.
Presente
no mercado desde Abril de 2000, vem desenvolvendo novas metodologias exclusivas
e aprimorando suas ferramentas de coletas de dados, tornando o meio mais ágil e
de baixo custo na obtenção de informações.
O
objetivo do QualiBest é cadastrar internautas para participarem de um programa
de fidelização. Para isto, o QualiBest conta com uma moeda virtual chamada “Q” que
é adquirida em qualquer ação que o usuário realize no site: preenchimento de pesquisas
no site ou por e-mail; participação em painéis online; participação nas
discussões digitais (pesquisa qualitativa em sala de bate-papo); indicação de
amigos; preenchimento de cadastros, entre outros. Para focar com resultados
ainda mais elaborados e reais, a QualiBest criou uma ferramenta chamada QPainel
Kids & Teens que foi desenvolvido especialmente para atender as
necessidades do mercado infantil, jovem e adolescente. De acordo
com as informações cedidas pela empresa em seu site, o painel é uma exclusiva
base que reúne crianças e adolescentes com idade entre 8 e 17 anos, que têm
autorização legal para participar das pesquisas.
Ele é formado
pelos filhos de participantes cadastrados no site da empresa, que devido à um
excelente relacionamento resultou na participação autorizada dos filhos em
pesquisas. Os estudos podem ser quantitativos por meio de questionários
on-line, ou qualitativos, utilizando ferramentas como blogs, chats, mergulho
digital, entre outras, possibilitando obter dados que podem apoiar a tomada de
decisões.
Atualmente
nos deparamos com uma batalha no universo da publicidade infantil, muitos querem proibir enquanto outros
acham que beira o exagero. Vamos refletir um pouco? Pensando na seguinte cena:
uma criança assiste televisão no sofá de sua casa, nos intervalos do desenho
animado, comerciais animados se revezam. Um deles, de um achocolatado, chama a
atenção da criança. No mesmo momento, ela chama seu pai para atender ao novo
desejo da criança. Se sentindo culpado por não poder passar tanto tempo quanto
gostaria com seu filho, corre para compensar sua ausência com o achocolatado. A
criança bebe o produto industrializado e, satisfeita, já pensa no próximo
pedido. No Brasil e no mundo todo situações como essas são normais. As crianças
são curiosas, ávidas em aprender sobre tudo. Como todos nós, têm necessidades e
desejos. E muitos deles são atendidos através do consumo.
Porém,
nessa situação, o problema está na publicidade ou na relação familiar entre
pais e filhos? Já pensamos que além de incentivar o consumo, a publicidade
também pode educar?
Vamos
pensar também nos dados apresentados pela pesquisa do QualiBest:
- as crianças passam de 2 a 4 horas por dia na frente da TV;
- elas são bombardeadas com aproximadamente 30 anúncios por hora;
- as mesmas influenciam 80% da decisão de compra dos adultos;
- 40% das compras dos pais são para agradar os desejos dos filhos;
- 72% dos pais estão dispostos a pagar mais caro pelo produto que o filho prefere;
- 83% das crianças são influenciadas pelos comerciais de TV;
- a palavra diversão, para as crianças, remete primeiramente à tecnologia (internet, game, computador, facebook, games, e TV), ou seja, atividades solitárias;
- para elas, a palavra brincadeira é associada à atividades externas e pressupõe movimentação, como brincadeiras que atravessam os tempos (pega-pega, esconde-esconde, gato mia, etc) e envolve outras crianças.
Além desses dados apresentados, outra parte da pesquisa é composta por uma associação que as crianças devem fazer sobre elas mesmas e personagens de desenhos com os quais elas se identificam. Através das respostas, além de ser possível definir o perfil das crianças, conseguimos ver a importância que os personagens possuem quando utilizados como representantes de certas marcas. Esse licenciamento das marcas serve muitas vezes como um “encurtamento de branding”.
Um ponto
importante de ser observado é a reação das crianças para com esses
licenciamentos: a partir do momento que um personagem querido pela criança faz
parte de um comercial, a criança cria um interesse pelo produto, e como há um
personagem, fica mais fácil para a criança pedir o produto para os pais.
Para
agregar ainda mais pontos de vista nessa discussão, levantamos para vocês este
polêmico documentário que trabalha numa perspectiva de alerta geral sobre a
publicidade e as estratégias de marketing das grandes empresas no intuito de
transformar as crianças e a própria infância num grande buraco negro de consumo
e eixo de influência da família. O estudo demonstra o enorme volume de gastos
com pesquisas e produções midiáticas direcionadas ao público infantil,
comerciais e animações, fast-food, automóveis, celulares etc., que são cada vez
mais, feitos olhando a criança como principal consumidora ou “aliciadora” da
família, no sentido de convencer os pais sobre como e no que gastar.
Qual
a sua opinião para sobre assunto tão polêmico?
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